sábado, 25 de setembro de 2021

Round 6 - 2021

ROUND 6


Criador: Dong-hyuk Hwang

IMDB: 8,3

Rotten Tomatoes: 100%   Audience Score: 88%

Nota do blog: 9



Produções coreanas sempre são um prato cheio para quem gosta de terror, suspense, thriller e outras coisas do nicho.

Podemos nos lembrar de inúmeros títulos como Oldboy, I Saw The Devil, Chaser, Parasite, com grandes exemplos.

E com essa nova série que é sucesso na Netflix não poderia ser diferente. Fui assistir com hype? Sim, claro. Esse hype atingiu minhas expectativas? Sim, e muito.


Na série, um grupo de pessoas misteriosas convida 456 devedores, falidos, quase sem salvação para o futuro, para jogarem uma série de  jogos, onde o vencedor ganhará 45,6 bilhões de won (algo em torno de 205 milhões de reais, não sei mexer em sites de conversões hahaha).

Só que tem um pequeno problema com esses jogos, somente o vencedor sai vivo.

A trama é muito bem desenvolvida desde o seu primeiro episódio, trazendo personagens bem construídos, com dramas reais e muito comoventes, onde não torcemos somente para o principal, mas também escolhemos nossos outros favoritos. 

Tenho certeza que conhecemos algum viciado em jogos de azar, alguém que gastou o dinheiro dos pais em ações que deram errado, ou alguma pessoa que trabalha quase em condição de escravo e recebe muito pouco.

Claro, tem também os personagens que não valem nada e que torcemos para suas mortes desde o começo.


Falando nessas mortes, a aflição de episódio por episódio de saber quem vai conseguir ficar vivo, e a tristeza quando um personagem querido morre é algo que ficou muito bem estabelecido na trama.

Outra coisa que fizeram de forma magistral foram os efeitos de gore e a violência quando necessário, nada é exagerado, tudo é feito no tempo certo com as doses certas.

Algumas perguntas ficaram sem respostas, mas com certeza teremos elas em uma provável segunda temporada, já que ficou o gancho na última cena.

Acho que não seria necessário uma segunda, mas espero que mantenha o nível da primeira.

Mais uma coisa que quero comentar é sobre a mensagem que a série passa, de “realmente faríamos qualquer coisa por dinheiro?”. A vida de praticamente todos os personagens não tinha mais salvação, devido aos seus vícios e dívidas. Eram literalmente os chamados “sem futuro” pela sociedade, e por isso se submeteram a participar e continuar nesses jogos doentios de vida ou morte.

Assistam e tirem as suas próprias conclusões.


sábado, 18 de setembro de 2021

A SEITA MALIGNA - 2016

Diretores: Jeremy Gillespie e Steven Kostanski

IMDB: 5,8

Metascore: 62

Rotten Tomatoes: 77%   Audience Score: 46%

Nota do blog: 6,5


Antes de falar sobre o filme em si, quero que vocês imaginem como seria se Lovecraft convidasse Clive Barker para escreverem juntos uma história. Pois bem, essa história seria A Seita Maligna (péssima tradução para The Void).

Esse "pesadelo lovecraftiano" começa com uma chacina em uma casa no meio do mato, onde pai e filho estão matando várias pessoas. Uma dessas pessoas consegue escapar e acaba caindo quase em frente a uma viatura de um policial de plantão. O policial então resolve levar o homem ferido até o hospital, onde sua ex-esposa trabalha como enfermeira.

Então uma série de coisas estranhas começam a acontecer, coisas como: enfermeira se arrancando pele, aparecimento de uma criatura que mais parece ter vindo de um jogo de terror, pessoas vestidas com mantos brancos com um triângulo preto neles (acho que foi aqui que veio a péssima tradução), mortes e muito mais.

Parecia que ia se tornar mais um daqueles filmes em que aparecem muitas perguntas e quase nenhuma resposta, ou até mesmo respostas incoerentes com os fatos. Mas fui surpreendido quando as respostas começaram a aparecer e a ligar os pontos que iam sendo espalhados pela trama, pois chega em um certo momento que você tem a sensação que o filme vai se tornar uma bagunça sem pé nem cabeça e que nada vai ser explicado ou fazer sentido.

A grande referência a Lovecraft fora o cosmicismo que fica implícito em algumas cenas do filme, e ao conto Herbert West: Reanimator, que o estudante de medicina Herbert West descobre uma maneira de ressuscitar células mortas.

Já a Barker, bom, quem assistiu Hellraiser vai entender as referências à obra.

Para quem é mais familiarizado com os mythos e os contos de Lovecraft, onde o personagem cai na loucura quando tenta descobrir mais sobre os deuses exteriores e seus adoradores, digo que este filme seria algo que aconteceria se tudo isso realmente existisse.

Temos o personagem que, após uma grande perda, acaba descobrindo e fazendo parte dessa seita que adora algo maior do que possamos imaginar, e a usa para fins próprios, fazendo com que esse hospital seja o ponto divisor entre a realidade e essas forças superiores.

Para mim os grandes destaques do filme são o body horror que lembra e muito as grandes obras dos anos 80, e o gore nele estabelecido, pois a violência e o banho de sangue são muito bem usados.

Não é um filme memorável, acredito que pelo fato de ter sido feito a base de crowndfunding, totalmente independente, os dois diretores conseguiram tirar o máximo com o que tinham.

sábado, 11 de setembro de 2021

POSSESSÃO - 1981

Diretor: Andrezj Zulwaski

IMDB: 7,4

Metascore: 72

Rotten Tomatoes: 86%   Audience Score: 79%

Nota do blog: 8,0


É difícil falar sobre Possessão. É um filme pesado, tenso, claustrofóbico, cheio de alegorias, metáforas e simbolismos. Um terror psicológico com alguns toques de gore e body horror que certamente hoje seria classificado como pós-terror (sic). O filme conta com atuações magistrais de Sam Neil (Jurassic Park, entre outros grandes filmes) e Isabelle Adjani (2 vezes nominada ao Oscar) e uma direção que te deixa inquieto.

O filme é uma produção franco-germânica, passado na Guerra Civil Alemã. Nele temos Mark (Sam Neil) que (devido ao seu emprego não especificado no filme, acredito eu que ela seja algum tipo de espião do governo devido a tonalidade do filme) não consegue ficar muito perto de sua mulher Anna (Isabelle Adjani) e de seu filho, então resolve pedir demissão para ter mais tempo com a família.

Esse tempo não adianta e Anna pede divórcio. Mark inconformado com isso, querendo saber os motivos, descobre que Anna está tendo um caso com um outro homem há muito tempo.

Pagando um detetive particular, descobre que além desse amante, Anna tem outro amante, e aqui que a história toma maiores proporções, passando de um drama de casal, quase um triângulo amoroso para um terror com proporções sobrenaturais e viscerais.

Os personagens durante todo o filme são retratados como sem fé, descrentes de religião. Talvez aqui encontremos algumas das metáforas e simbolismos do filme.

Quando o filme termina ficamos com mais perguntas do que respostas, nos deixando bem aberto a interpretação de tudo o que assistimos.

Acredito que seja sobre renascimento, sobre mudança, sobre aceitar que as coisas não dão certo de uma maneira e que temos que mudar essa maneira.

Em uma das melhores cenas do filme, Anna diz uma frase a qual gostei muito e gostaria de encerrar com ela logo mais.

Acho que esse é um filme que independente se você gosta ou não de terror, tem que ser assistido. Toda a tensão te mantém grudado nele, é algo mágico. Um ótimo filme que com certeza verei de novo e quem sabe eu tenha alguma outra nova interpretação.

“O bem não passa de uma espécie de reflexo do mal.”

Candyman - 2021

                               Candyman Diretor: Nia DaCosta IMDB: 6 Metascore: 72 Rotten Tomatoes: 84%   Audience Score: 72% No...